A Geriatria surgiu para mim como uma escolha de especialidade só no final da graduação de Medicina, porém o gosto por lidar com pessoas idosas já era algo que se encontrava na minha essência desde a infância. Sempre me interessei em ter contato com meus familiares mais maduros (avós, tios) e também por suas questões de saúde, principalmente após a vivência dentro de casa com minha avó, portadora de Demência de Alzheimer.

Esse interesse pela saúde do idoso permaneceu latente até o último ano de graduação da Medicina, quando, no internato rural (período de vivência de atendimentos no interior de Minas), me vi desafiada a atender, em uma instituição de longa permanência, pacientes idosos, com múltiplos problemas de saúde e uso de várias medicações simultâneas.

Neste momento da formação, me senti ainda com preparo insuficiente para um atendimento de qualidade de pacientes tão complexos – o público idoso. Ao retornar para Belo Horizonte, fiz estágio optativo de Geriatria, que me fez sentir ter encontrado o meu lugar na Medicina!

A Geriatria me permitiu aprender que as necessidades de saúde mudam à medida que envelhecemos, assim como a forma de tratar dos pacientes idosos. Eles precisam ser avaliados de forma global, indo além das doenças em si, mas avaliando também os domínios que tornam as pessoas funcionais, com independência e autonomia, como a cognição, o humor, a mobilidade e a comunicação.

Foi a sede por esse tipo de conhecimento que me instigou na época de faculdade e me fez pensar que seria essa a especialidade que me faria me sentir realizada profissionalmente.